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Professoras unidas por nenhum direito a menos!

Mulheres, participem das mobilizações
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06/03/2017

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Ser mulher nunca foi fácil no Brasil. Ser trabalhadora também não. Sofremos com triplas jornadas, com salários inferiores aos dos homens, com o machismo diário, com a violência física e psicológica que mata uma mulher a cada hora e meia no país.
Na educação, somos grande maioria. Dos mais de 730 mil cargos no magistério nas escolas privadas brasileiras, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 65% são ocupados por professoras. No entanto, ganhamos, em média, 22% a menos que os homens.
A concentração de mulheres docentes é ainda maior na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Somos nós, professoras, que alfabetizamos os meninos e meninas de todo o Brasil, que ensinamos as primeiras letras e os primeiros números, que ajudamos a abrir o caminho de milhões de crianças para uma formação humana e cidadã.
Fazemos isso enfrentando as dificuldades impostas por salas de aulas lotadas, por salários baixos que nos obrigam a lecionar em mais de uma escola para complementar a renda e por preparações de aulas e correções de atividades que tomam nossos fins de semana e feriados sem que, muitas vezes, sequer sejamos remuneradas para isso.
Mas agora o governo Temer quer nos roubar ainda mais. Nós, que começamos a trabalhar entre os 18 e os 21 anos, e que, pela Constituição, poderíamos nos aposentar após 25 anos de efetivo exercício do magistério, teremos que esperar até os 67 ou 70 anos para ter direito à nossa aposentadoria integral.
E não se trata apenas de nos forçar a trabalhar praticamente o dobro dos anos que trabalharíamos. A verdade é que, pela proposta do governo, nunca conseguiremos nos aposentar, pois se as escolas particulares, hoje, pouco mantêm professoras com mais de 50 anos em seus quadros, que instituição manterá uma mulher de 70 anos com dezenas de crianças numa classe da educação infantil?
Por isso, para nós, a mobilização do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher — que no mundo inteiro adotou neste ano o lema “Se nossas vidas não importam, produzam sem nós!” — é também a que nos move no dia 15 de março, dia da greve geral da educação contra os ataques do governo aos nossos direitos trabalhistas e de aposentadoria.
Nós, do movimento sindical que representa os trabalhadores em estabelecimentos de ensino, convocamos todas as mulheres, que formam a maior parte de nossa categoria, para esses dois dias imprescindíveis de luta. Nós, mulheres professoras, não vamos aceitar nenhum direito a menos.

Fonte: Contee

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