05/04/2017
Com o fim do Ciência sem Fronteiras, anunciado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, esta semana, quem mais sofre são os mais pobres e vulneráveis. Os dados mostram que mais da metade dos beneficiados pelo Ciência sem Fronteiras vêm de famílias com renda de até seis salários mínimos por mês, e 90% estudam em universidades públicas. Dentre os bolsistas, 20% ingressaram em cursos de mestrado ou doutorado ao concluir a graduação, enquanto o índice geral é de apenas 5%.
Além dos ganhos para os estudantes, o programa trazia benefícios inegáveis para o país. As melhores universidades do mundo, em 54 países, recebiam os brasileiros, e mais de 40% dos participantes realizaram estágios em laboratórios universitários, governamentais e industriais de ponta, o que os levou a ter contato com o que há mais avançado em desenvolvimento científico e tecnológico no planeta.
A ciência nacional precisa desse intercâmbio para que os pesquisadores brasileiros possam ajudar na solução de problemas locais e globais. Não custa lembrar que a nova economia é baseada inteiramente em conhecimento e informação. E somente com investimentos maciços em educação o Brasil irá conseguir superar a enorme defasagem que tem nas áreas de ciência e tecnologia em relação até mesmo a outros países em desenvolvimento, como Índia e China.
Obviamente, o Ciência sem Fronteiras poderia passar por aperfeiçoamentos, como a instituição de bolsas parciais para estudantes que com renda suficiente para contribuir, ou a adoção de parceria com a iniciativa privada, que já respondia por 25% do financiamento do programa. Mas não poderia jamais ser eliminado.
Fonte: Do Brasil 247