08/02/2017
Na última quinta-feira, dia 02 de fevereiro, o Sinpaaet participou do Encontro das Mulheres Trabalhadoras da CUT, em Florianópolis. As primeiras falas foram das mulheres trabalhadoras da central, as lideranças do movimento nacional e estadual, que ajudaram na construção dos 30 anos de política de mulheres da CUT.
Anna Julia Rodrigues, presidente da CUT-SC, primeira mulher a assumir esse posto, refletiu sobre as barreiras que as mulheres já enfrentaram e de como a organização do movimento trouxe resultados para as trabalhadoras do país. “Estamos passando por um dos piores períodos desde a criação da CUT. Nossos direitos estão sendo arrancados, assim como foi arrancada a nossa presidente. Quem mais vai sofrer com todas as reformas desse governo ilegítimo? Nós, mulheres. Por isso que devemos nos unir, juntar nossas forças e lutar para impedir que retirem os nossos direitos”, ressaltou Anna Julia.
Junéia Martins Batista, Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT, participou do Encontro e trouxe para as mulheres um histórico das trabalhadoras dentro da central. “Quando a gente vê a nossa história, a gente percebe o quanto somos capazes!”.
A primeira pauta aprovada na CUT sobre gênero foi sobre autonomia dos corpos das mulheres, depois foi a questão das creches e em 1993 a aprovação da garantia de 30% de vagas da direção da CUT para mulheres. Em seguida, outra pauta levantada pelas mulheres da CUT foi intitulada como Igualdade e Oportunidade na Vida, que trouxe um debate sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. Em 2003, a pasta das mulheres passa de coordenação para Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT, ganhando um status de executiva dentro da central. Três anos depois, com as mulheres mais empoderadas, o debate é sobre a vida das mulheres e a dupla e tripla jornada. Ainda mais tarde, o tema é sobre a violência sexista, em todas as suas formas. Depois disso voltou o debate sobre a paridade na direção e ao invés de 30%, as mulheres conquistaram 50% de paridade dentro das direções da CUT nacional e CUTs estaduais (metade da direção de mulheres, metade de homens).
Junéia ressalta que agora em 2017 o centro do furacão é a reforma da previdência que vai atingir primeiro as mulheres e em especial as mulheres rurais. “Temos muitas lutas e não vamos deixar nos abalar, em respeito a toda história das mulheres que já batalharam pelo que temos hoje, por todas as mulheres trabalhadoras, por Dona Marisa, nós vamos lutar!”.
O tema de violência contra as mulheres também foi debatido. A Secretaria de Mulheres da CUT-CE, Ozaneide de Paula, trouxe a experiência dos trabalhos das mulheres ativistas do Ceará, que criaram rodas de conversa com as mulheres vítimas de violência. Para ela é preciso que esse debate seja visto como uma questão política, social e cultural. “As mulheres precisam sentir que unidas podem sair desse ciclo de violência”.
Planejamento - A manhã do dia 3 de fevereiro ficou reservada para o planejamento das ações para as mulheres cutistas. De forma coletiva elas escolheram quais temas devem ser tratados ao longo dos anos e como criar ações para que relatos de violência e preconceito contra as mulheres sejam situações extintas da sociedade. Sueli Silvia Adriano, Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-SC, ficou feliz do envolvimento das mulheres na atividade. “Desafios, desabafos, abraços e companheirismo. Talvez essas palavras definam o nosso encontro. Agora precisamos tirar do papel o que pensamos fazer. Trabalho e luta não nos faltará, mas garra e energia nós temos”, destacou Sueli
Fonte: CUT/SC